O Instituto criou um canal de denúncia de casos de assédio para construir um ambiente de segurança, respeito e acolhimento na instituição
Banner: Gisiane Lima/ Inpa.
Por Camila Barbosa - Ascom Inpa
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) lançou, no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a campanha “A beleza de ser e de lutar”, idealizada para combater o assédio sexual e moral dentro da instituição. Para fortalecer a campanha, o Instituto passa a disponibilizar à comunidade interna um canal de denúncia, além de implantar um comitê de enfrentamento ao assédio sexual e moral para apurá-las.
A campanha tem por objetivo construir no Inpa um espaço institucional seguro e com mais reconhecimento, respeito e equidade de gênero, promovendo uma melhor qualidade de vida no trabalho para todos os membros da comunidade (servidores, estudantes, bolsistas de pesquisa e colaboradores dos prestadores de serviços terceirizados).
A coordenadora-geral de Planejamento, Administração e Gestão do Inpa (CGGE), Magalli Henriques, enfatizou que “esse é um passo importante para colocar fim ao silêncio sobre o tema no Inpa e, ao mesmo tempo, contribuir para uma cultura de respeito à diversidade por meio de ações educativas. Mas, não basta somente falar e educar sobre o tema, é necessário também ter instâncias de denúncia que sejam efetivas”.
Casos de assédios podem ser denunciados pelo e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e pelo falabr.cgu.gov.br. Henriques ressalta que o canal interno foi criado devido ao enfraquecimento dos canais de denúncia dentro das instituições, centralizados pelo governo federal na plataforma fala.br. As denúncias recebidas serão avaliadas pelo Comitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual do Inpa, que baseará sua atuação nas recomendações e orientações do Guia Lilás, criado pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo Henriques, o e-mail será não somente para receber denúncias, mas também recomendações e orientações sobre como abordar o assunto considerando as especificidades da instituição, possibilitando implantar um enfrentamento eficaz e tornando o Inpa uma instituição mais acolhedora para a sua comunidade interna.
Apesar de lançada no Dia Internacional das Mulheres, a coordenadora da CGGE do Inpa ressalta que a campanha visa atender tanto as mulheres quanto os homens que fazem parte da comunidade do Inpa, dado que o assédio pode ocorrer com ambos os gêneros.
Homenagem ao dia Internacional da Mulher
O Inpa homenageou as mulheres que compõem sua comunidade em um evento, no dia 8 de março, que reuniu bate-papo sobre empoderamento feminino, sorteio de brindes e muita música.
A ativista feminista Lúcia Antony comandou um bate-papo sobre empoderamento feminino e valorização das mulheres no mercado de trabalho e os espaços que elas ocupam e os que não lhe são permitidos ocupar e algumas das violências de gênero as quais estão expostas diariamente.
A coordenadora-geral de Pesquisa, Capacitação e Extensão do Inpa, Sônia Alfaia, destacou a importância da participação das mulheres no Inpa. Elas somam 41% do quantitativo de servidores e estão à frente de 30% dos grupos de pesquisas do Instituto. Em 2023, dos 38 projetos de pesquisas aprovados no Inpa, 22 eram coordenados por pesquisadoras. Entre os estudantes, na pós-graduação 51% são pós-graduandas, e na iniciação científica 66% são mulheres. “As mulheres aqui são guerreiras e vão à luta. A força das mulheres [no Inpa] é muito grande”, ressaltou Alfaia.
Para completar a estatística da influência feminina no instituto, o diretor Henrique Pereira destacou a liderança no Programa de Capacitação Institucional PCI, com 69% de participação feminina. Na gestão do Inpa, as mulheres ocupam 42% das funções gerenciais como titulares e 40% como suplentes. Sobre os pesquisadores bolsistas de produtividade do CNPq, o Inpa possui 24, sendo 11 mulheres, o que corresponde a 46% do total. Dos 3 pesquisadores 1A, um é mulher, Neusa Hamada.
"Agradeço a todas as mulheres servidoras, colaboradoras, bolsistas e estudantes por tornar a nossa existência e o convívio favorecidos pelo olhar e cuidado feminino", destacou Pereira.
O fechamento da programação ficou por conta da cantora Sisi Rolim, que encantou o público com canções compostas por mulheres.