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Por Cimone Barros - Inpa

Fotos: Cimone Barros, Lucas Batista, Shirley Cavalcante, ASCOM MCTI e Comunicação CMA

 

O ano começou com boas notícias para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Em visita técnica ao sítio de pesquisa do Observatório de Torre Alta da Amazônia (Torre ATTO), o Ministro Marcos Pontes anunciou investimentos estratégicos para o desenvolvimento de pesquisas de ponta sobre mudanças climáticas, biodiversidade e formação de recursos humanos na Amazônia.

 

Serão destinados R$ 8 milhões (FNDCT/ MCTI/ Finep) para infraestrutura e manutenção da torre ATTO, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e mais R$ 927.857,50 para a Chamada Pública CNPq/MCTI nº 1/2022 de bolsas para pesquisadores brasileiros e estrangeiros desenvolverem projetos internacionais utilizando a infraestrutura da ATTO. O ministro também destacou a aplicação de R$ 80 milhões no projeto Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (Salas), por meio do qual serão implantados e revitalizados 50 laboratórios de selva (terra firme) ou flutuantes na Amazônia.

 

 

 

O Salas integra um programa do MCTI de biodiversidade e sustentabilidade. Os laboratórios serão coordenados pelas unidades do MCTI na Amazônia: Inpa, Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Instituto Mamirauá. O Inpa terá 19 laboratórios satélites, um deles na área do Atto, que está localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (a 150 km de Manaus em linha reta ou a quase 7 horas de viagem rodoviária e hidroviária).

 

“Esse é só o começo. A vantagem de vir para cá e trazer embaixadores nos permite logo de imediato visualizar as possibilidades, discutir possíveis projetos sozinhos do MCTI, do Governo Brasileiro ou em parceria com outros países”, destacou Pontes durante visita na última sexta-feira (04) à Torre Atto, ao lado de embaixadores de países da América e da Europa.

 

Inaugurada em 2015, a torre Atto possui 325 metros de altura e 19 níveis de medições de processos. É fruto de um convênio bilateral do Brasil (Inpa/MCTI) com a Alemanha (Instituto Max Planck) que permitiu instalar na Floresta Amazônica um experimento científico único e de ponta capaz de gerar dados sobre a conexão da floresta Amazônica com o funcionamento do clima, trazendo informações de alto impacto para a comunidade científica e para a vida das pessoas.

 

 

“O conhecimento adquirido aqui subsidia os tomadores de decisão com informações confiáveis sobre os rumos a tomar. Então, muito obrigada pela presença de todos. É extremamente necessário vocês estarem aqui para verem de perto o trabalho do pesquisador na Amazônia, que não é algo simples e precisamos de logística, infraestrutura, recursos humanos e, claro, de apoio financeiro”, ressaltou a diretora do Inpa, a pesquisadora Antonia Franco.

 

De acordo com o embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, a cooperação do projeto ATTO é um exemplo de sucesso de uma cooperação bem-sucedida, com base na ciência em informações confiáveis, permitindo obter conhecimentos preciosos sobre o papel da floresta Amazônica para o clima, mas também para a irrigação e agricultura em todo o Brasil. “Desejo que nos próximos anos continuemos também a cultivar uma boa cooperação e estreita coordenação de uso do ATTO. Este é um exemplo de que às vezes basta simplesmente coragem e convicção para fazer o que é certo”, disse durante o evento. Após a cerimônia, o embaixador e a esposa conseguiram subir os 1.500 degraus da torre, assim como o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales.

 

Dos projetos desenvolvidos no Inpa participam 32 instituições científicas do Brasil, Alemanha e de outros países, envolvendo mais de 240 pesquisadores, técnicos e alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

 

ATTO Fase 2

 

O ATTO é um projeto de cooperação internacional e uma das cinco maiores infraestruturas de pesquisas do Brasil, que agora entra numa fase mais científica, chamada de ATTO 2, segundo o pesquisador do Inpa e coordenador pelo lado brasileiro Carlos Alberto Quesada. A torre ATTO foi toda instrumentada nos últimos anos, assim como duas torres complementares de medida, cada uma de 80 m de altura.

 

 

Conforme Quesada, o projeto ATTO fase 1 (Finep e MCTI) foi executado basicamente para construir o sítio de pesquisa, instalar equipamentos e fazer alguma manutenção. “Agora temos uma proposta um pouco diferente, mais voltada para manutenção do funcionamento, modernização e melhorias (como frota logística e do alojamento) e também uma postura científica forte com mais bolsas de pesquisas. Vamos ter também mobilidade para que a comunidade brasileira aproveite essa estrutura para a produção contínua de papers científicos e trabalhe em conjunto com os alemães produzindo ciência de alta qualidade”, destacou Quesada.

 

No projeto ATTO, os pesquisadores buscam entender melhor a relação entre a floresta e atmosfera, com estudos na química e física da atmosfera, e quantificar se a floresta é fonte ou sumidouro de gases de efeito estufa como gás carbônico (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). O ATTO também pesquisa como a biodiversidade da Floresta Amazônica e a diversidade de compostos orgânicos voláteis (VOCs, na sigla em inglês) - substâncias químicas liberadas pela vegetação amazônica como o isopreno e que ajudam a formar os aerossóis na atmosfera - influenciam no processo de formação de nuvens e de chuva.

 

“É muito bom estar aqui presencialmente de novo e ver tantas evoluções no projeto. Agora, sei o que perdemos nos últimos dois anos de pandemia por não ficarmos em contato presencial, de não vir a campo. Perdemos muitas oportunidades de conhecer alunos novos do Inpa que estão nas áreas estratégicas do projeto, e eles com muito esforço estavam vindo a campo e permitiram que todas as medidas científicas continuassem. Então, muito obrigada a todos que permitiram o projeto ATTO andar”, agradeceu a diretora do Instituto Max Planck de Biogeoquímica da Alemanha e coordenadora pelo lado alemão do projeto ATTO, a pesquisadora Susan Trumbore.

 

SALAS

 

O Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (Salas) vai instalar infraestruturas de apoio à pesquisa científica na Amazônia. O projeto busca ampliar as oportunidades para a pesquisa científica e formação de recursos humanos na Amazônia Legal; apoiar as atividades de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento, servindo como ponto de apoio para os pesquisadores; mobilizar as unidades de pesquisas do MCTI na Amazônia Legal e articular parcerias nacionais com foco na Amazônia Legal.

 

Instituído pela Portaria nº 4.046/2020, o projeto Salas é coordenado pela Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF) do MCTI.

 

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Att.

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