Da Redação - Inpa

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A Direção do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) fez um balanço das principais entregas da instituição, que é referência científica na Amazônia. O ano de 2023 foi marcado pela superação de desafios, melhorias na eficiência na gestão e de resultados que valorizam a floresta em pé, a biodiversidade e contribuem com o desenvolvimento sustentável da região. 

 

Após 11 anos, o Inpa voltou  a lançar edital de concurso público, o que abrirá portas para a chegada de novos talentos. São 63 vagas destinadas a pesquisadores e tecnologistas, que irão fortalecer as equipes de pesquisas responsáveis pelo desenvolvimento de novas tecnologias para a Amazônia. Outro marco foi a nomeação e posse do novo diretor do Inpa, Henrique dos Santos Pereira, professor da Universidade Federal do Amazonas, que assumiu a direção do Instituto pelos  próximos quatro anos.

 

Em 2023, foram publicados 388 trabalhos científicos indexados, entre artigos, revisões, cartas, notas e editoriais em renomados periódicos de diversas áreas, entre eles Science e Nature, conforme dados extraídos da base Scopus na última quarta-feira (27). No período, foram descritas 92 novas espécies da biodiversidade, entre plantas, animais  vertebrados e invertebrados, fungos e microrganismos.

 

“Além de ter conseguido executar 100% do seu orçamento, o Inpa iniciará 2024 com projetos aprovados para captação de recursos extraorçamentários. Uma das prioridades para 2024 será a ampliação das infraestruturas que abrigam as coleções biológicas, para que possamos receber mais materiais coletados, permitindo assim o enriquecimento desses importantes acervos. Está em nossos planos realizar, no primeiro trimestre, a assembleia geral do instituto que dará início ao nosso planejamento participativo”, planeja o diretor do Inpa, Henrique Pereira.

 

A instituição também avançou na produção científica de obras. Pela Editora Inpa foram publicadas 11 obras, entre livros, manuais e cartilhas, e mais quatro fascículos da revista científica Acta Amazonica. 

 

Com 50 anos de atuação na pós-graduação, o Inpa deu passos importantes no fortalecimento da formação de pessoas para atuar com questões amazônicas. Após melhorar a nota na avaliação da Capes de 3 para 4 (o conceito varia de 3 a 7), o Programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido (PPG-ATU) conseguiu aprovação da Capes para a criação do curso de doutorado. Vale destacar que no ano passado, o PPG-Ecologia tornou-se o único programa do Amazonas com nota 7 e um dos poucos da região Norte. Os conceitos 6 e 7 são considerados de excelência internacional.

 

De acordo com dados da Coordenação de Capacitação, neste ano foram titulados 141 pós-graduandos, sendo 96 mestres e 45 doutores, em 11 PPGs do Inpa e em associação, incluindo o primeiro título de mestre a um indígena da etnia Apurinã. Joedson Quintino concluiu o Mestrado Profissional em Gestão de Áreas Protegidas (MPGAP).

 

O desenvolvimento de ações afirmativas ganha corpo nos PPGs, com o intuito de reduzir desigualdades e aumentar a representatividade de negros, quilombolas, indígenas e estudantes de universidades da Amazônia. Cada Programa define as suas regras. Outra medida que se destaca, neste caso na seleção do PPG-Ecologia, é a promoção da equidade de gênero, não com vagas reservadas, mas com diferencial de notas para as candidatas mães de crianças da primeira infância. 

 

Por sua relevância em pesquisas na área de biologia tropical, com especial atenção à  biodiversidade da Amazônia, ecossistemas e mudanças climáticas, o Inpa estreitou e fortaleceu parcerias com instituições regionais, nacionais e internacionais. 

 

Na cooperação internacional, o Programa AmazonFace obteve novos aportes financeiros dos Governos brasileiro e britânico para construir o experimento que ajudará na compreensão da resiliência da floresta amazônica às mudanças climáticas. O projeto Observatório de Torre Alta da Amazônia (Torre Atto), cooperação Brasil e Alemanha, que busca expandir o entendimento sobre o papel da floresta amazônica nos ciclos hidrológico e biogeoquímico globais e como a floresta é afetada pelas mudanças climáticas.

 

Soluções tecnológicas 

 

Em articulação com parceiros, a Inpa capitaneou projeto que mapeou as tecnologias sociais da Amazônia, permitindo, inclusive, ao próprio instituto identificar no conhecimento já gerado novas soluções tecnológicas que beneficiam à sociedade. Com o trabalho, o Inpa quase dobrou o número de iniciativas, saltando de 25 para 45 tecnologias sociais, que são aquelas de uso aberto, baixo custo e replicáveis, em áreas como água, segurança alimentar, habitação e educação. Um exemplo é o teclado de línguas indígenas “Linklado”.

 

No fornecimento de serviços e tecnologias protegidas, a instituição manteve as 55 tecnologias protegidas, das quais 39 são patentes concedidas, e fez a transferência de duas tecnologias para empresas. Destaque para a Palmhaste, uma que permite a coleta segura e eficiente de frutos de palmeiras, como do açaí, buriti e coco. 

 

A Incubadora de Empresas contribuiu com o desenvolvimento e maturidade de empreendimentos, que trabalham alinhados com as pesquisas produzidas pela instituição. Hoje há quatro empresas incubadas, duas na modalidade residente e com endereços comerciais no Inpa (Oraniam Biotecnologia e Mawé) e duas não-residentes (Florabios e Amazon Share). 

 

Popularização Científica

 

O Inpa atuou ativamente em atividades e ações de popularização da ciência e educação, com a realização de eventos, seminários e programas educativos que reforçaram o comprometimento do Instituto em socializar o conhecimento e sensibilizar sobre a importância da conservação da Amazônia. No Bosque da Ciência, área de visitação, foram mais de 160 escolas e 122 mil visitantes ao longo do ano, conectando escolas e população à ciência.

 

A instituição também realizou e participou de atividades nas zonas urbanas e rurais, como Semana de Aniversário do Bosque da Ciência, Semana do Meio Ambiente, Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em Manaus e SNCT Ribeirinha, Base do Cuieiras de Portas Abertas e Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, em Curitiba/PR). 

 

Outra interação relevante de conexão do Inpa com seus públicos foi realizada por meio das redes sociais. Apenas os perfis do Inpa e do Bosque somam mais de 66 mil seguidores no Instagram.  

 

Reconhecimento

 

A excelência e a relevância da produção científica do Inpa foram reconhecidas por organizações nacionais e internacionais. No ano, foram pelo menos 14 prêmios e  condecorações concedidos ao Instituto, à pesquisadores e à estudantes, além de posições honrosas em rankings científicos.

 

Destaque para o Prêmio Capes-Elsevier na categoria ODS-07 Energia limpa e acessível que o Inpa conquistou, o pesquisador Adalberto Val foi agraciado com o Prêmio Bunge e as pesquisadoras Maria Teresa Piedade e Neusa Hamada foram laureadas com a medalha Ordem Nacional do Mérito Científico. No início deste mês, a entomóloga Neusa Hamada foi eleita membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na categoria Ciências Biológicas.

 

O orgulho transbordou com os reconhecimentos aos pós-graduandos. O doutorando de Genética, Conservação e Biologia Evolutiva Joaquim Ferreira do Nascimento conquistou o terceiro lugar na categoria Instrumentos Especiais no Prêmio Fotografia Ciência & Arte do CNPq e o doutorando em ciências de florestas tropicais Israel Sampaio venceu o concurso “Dance your PhD” da Science, na categoria Biologia. 

 

Sampaio é vinculado ao Laboratório de Manejo Florestal (LMF), liderado pelo pesquisador Niro Higuchi. O conceituado engenheiro florestal foi condecorado pelo Governo Japonês com a ordem Sol Nascente, Raios de Ouro com Laço do Outono do 5º Ano da Era Reiwa, além de estar presente em levantamentos sobre produtividade científica.

 

Em rankings realizados especialmente por Editoras renomadas, com base em publicações de alto impacto, o Inpa apareceu como a terceira instituição no mundo com maior produção científica sobre a Amazônia, e vários pesquisadores estão em levantamentos de desempenho de excelência científica, com destaque para Philip Fearnside. Conforme lista da Research.com, o cientista ocupa a primeira posição no Brasil na produção área de Ecologia e Evolução.

 

Confira os destaques do Inpa em 2023: https://youtu.be/3nZtTBKWRcE?si=nevxE7e4uq5laS03 

 

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