Bem-vindo(a)! O Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais do INPA te convida para prestigiar a Defesa Pública de Mestrado abaixo

Aluna: Kézia Pereira da Silva

Orientador: Dr. Jochen Schöngart - INPA

Coorientadora: Dra. Maria Teresa F. Piedade - INPA

Data: 31 de março de 2021 (quarta)

Horário: 9h (Horário de Manaus)

Status: online

Título: Densidade da madeira ao longo de gradientes ambientais em florestas de áreas úmidas de duas sub-bacias da Amazônia

Banca examinadora:

1. Adriano Lima - INPA

2. Gisele Mori - INPA

3. Pia Parolin - University of Kiel

Apresentação via Plataforma Zoom: https://us02web.zoom.us/j/2929084127?pwd=eDN0VnVadzRUdkFZam1kV0sxS3hIdz09

Resumo da Dissertação: Áreas úmidas, são ecossistemas na interface entre ambientes terrestres e aquáticos e cobrem cerca de 30% da Bacia Amazônica. Este trabalho objetivou relacionar a densidade da madeira com fatores hidroedáficos em duas sub-bacias de rios de águas pretas (rios Falsino e Abacate) na Amazônia. Em cada sub-bacia foram implementados inventários florestais com três parcelas (0,5 ha cada) nas cabeceiras, na foz e num trecho intermediário. Foram obtidos os diâmetros a altura do peito (DAP; 1,30 cm do solo) de todas as árvores ≥10 cm e realizadas as identificações das espécies com auxílio de um para-taxônomo. Coletou-se cinco amostras (cerne e alburno) de madeira com trados de incremento das dez espécies mais abundantes em cada parcela. No laboratório as amostras foram analisadas relacionando a massa seca da amostra (secagem a 105ºC por 72 h) com seu volume fresco para determinação da densidade básica da madeira (g/cm³). Dados de solos e hidrologia foram coletados, monitorados, analisados e disponibilizados por instituições parceiras do Projeto Rede Ripária. Foram obtidas a soma das áreas basais individuais (m²/ha) e a densidade (indivíduos/ha) de cada parcela. Foram aplicadas estatísticas descritivas e multivariadas para relacionar as médias (aritmética e ponderada) da densidade básica da madeira com fatores hidroedáficos e fatores estruturais da floresta. No Abacate foram analisados 334 indivíduos de 76 espécies arbóreas, com média da densidade de 0,58±0,17 g/cm³. A densidade variou de 0,28 g/cm³ (Lacmellea aculeata, Apocynaceae) a 1,03 g/cm³ (Panopsis rubescens, Proteaceae). No Rio Falsino foram analisados 403 indivíduos de 124 espécies, com média da densidade de 0,64±0,15 g/cm³. A densidade variou de 0,35±0,02 (Cecropia sciadophylla, Urticaceae) a 0,88 g/cm (Discocarpus essequeboensis, Phyllanthaceae). Não foram observadas diferenças nas médias aritméticas e ponderadas da densidade entre trechos das sub-bacias do Abacate (F=1,088, p=0,395; F=4,244; p=0,071) e Falsino (F=2,890, p=0,132; F=4,352; p=0,0679). Só foi possível obter relações da densidade da madeira com fatores hidroedáficos na sub-bacia do Falsino e o modelo mais robusto para realizar estimativas das comunidades arbóreas, combinou teor da argila e a profundidade do lençol freático como preditores (Syx=0,0291; R²aj=0,59; AIC=-34; p=0,0289; F=6,766). Já na sub-bacia do Rio Abacate, a densidade ponderada da madeira indicou um correlação negativa com a densidade de indivíduos (R²=0,65; p<0,01) e a área basal (R²=0,58; p<0,05), estas relações não foram observadas na sub-bacia do Rio Falsino. A única espécie arbórea que atingiu alta dominância em diferentes trechos das duas sub-bacias foi Macrolobium bifolium (Fabaceae). A densidade desta espécie foi altamente plástica de 0,52±0,04 g/cm³ (trecho intermediário) no Rio Abacate a 0,65±0,06 g/cm³ (trecho alto) no Rio Falsino. Observou-se que a densidade desta espécie no trecho alto foi significativamente maior em relação ao baixo (T=4,61; p<0,001), contudo, a comparação no mesmo ambiente (intermediário) entre as duas sub-bacias, não revelou diferenças (T=0,68; p=0,5), apesar da grande distância >850 km entre os dois sítios estudados. Os dados aqui apresentados contribuem para entender quais fatores externos influenciam a densidade da madeira em nível de comunidades arbóreas. Estas informações são importantes para diminuir erros e melhorar as estimativas de biomassa em áreas úmidas, onde há carência dessas informações e colaborar com o manejo e conservação destes ambientes.

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