Resumo: O açaí vem passando por mudanças estruturais no sistema de produção e comercialização e também no padrão de consumo. Portanto, faz-se necessário a busca por padrões de qualidade que atenda às especificações e exigências do mercado e, ao mesmo tempo, garanta o abastecimento e a saúde pública dos consumidores finais. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil econômico do fruto do açaí (E. precatoria Mart.) utilizando dados secundários, bem como a qualidade microbiológica e físico-química de 10 amostras de polpas in natura comercializadas em Manaus. De acordo com dados secundários analisados, a produção total brasileira (1.621.034 toneladas em 2019) e o valor da produção (R$ 3.615.468,00 em 2019) vêm crescendo de forma constante com tendência de alta nos últimos anos, fazendo com que os preços subam. O açaí cultivado se consolidou como o principal sistema produtivo no Amazonas, contabilizando 60,7% da produção total do estado. A origem do fruto também está mudando recentemente, com estado do Amazonas permanecendo na segunda posição com 111.612 toneladas e R$ 195.924,00 no valor de produção em 2019, compartilhando 20,9% da produção extrativista brasileira. Além disso, de acordo com o resultados microbiológicos, apenas 02 amostras se encontravam de acordo com padrões microbiológicos exigidos pela legislação brasileira. Para coliformes totais, os valores variaram de <3,0 a >1.100 MNP.mL-1. Para Escherichia coli, os resultados variaram de <3,0 a >1.100 MPN.mL-1. Para bolores e leveduras, o resultado das amostras de 07 polpas variou de 5,44 a 95,27 UFC.mL-1e outras 03 se apresentaram como incontáveis. Salmonella spp. estava ausente em todas as amostras. Os resultados físico-químicos destacaram o açaí como um alimento fonte de energia, mas ainda com teor de lipídios de aconcordo com os padrões apenas nas amostras 6 (29,72%), 7 (37,72%) e 8 (22,91%). A quantidade de proteína foi significativamente baixa e variou de 0,35 a 1,30%. Apenas 01 amostra foi classificada como tipo A (acima de 14%), 05 como tipo B (11 a 14%) e 04 como tipo C (8 a 11%), dependendo da porcentagem de sólidos totais. Os pHs estavam de acordo com os padrões exigidos pela legislação brasileira.