A doutoranda *Anne Cristiny Santos de Mendonça * e colaboradores publicaram um estudo inédito sobre a dinâmica da *camada limite noturna* na Amazônia Central, utilizando dados do *Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO)*.
*Resumo*:
Com base em *um ano de medições (2022)* obtidas por anemômetros sônicos instalados em *11 alturas acima do dossel florestal*, o estudo estimou diretamente a altura da camada limite noturna a partir de fluxos turbulentos de momento e calor sensível.
Os resultados revelaram que a *topografia florestal* exerce um papel crucial:
* Sob ventos de nordeste (menor rugosidade), a altura variou de *81 m (estratificação muito estável) a 172 m (condições neutras)*.
* Sob ventos de sudeste (maior rugosidade), os valores oscilaram entre *81 m e 223 m*.
As descobertas mostram que a *estabilidade atmosférica e a rugosidade do terreno* controlam de forma significativa a variabilidade da camada limite. Em condições neutras e fracamente estáveis, os resultados coincidiram com parametrizações teóricas já propostas; porém, *em estratificações muito estáveis e sob forte influência da topografia, surgiram discrepâncias importantes*.
Esse trabalho amplia a compreensão sobre a interação entre a atmosfera e a floresta amazônica, fundamental para aprimorar modelos climáticos e previsões regionais.