Embora a mediação seja atualmente um serviço profissional, devidamente regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça do Brasil, é uma prática que remonta à Grécia Antiga. No entanto, a necessidade de estabelecer uma resolução pacífica entre as partes é cada vez mais comum e urgente, evitando sobrecarregar o Judiciário com ações que podem ser resolvidas de forma mais ágil. Em suma, a mediação é um processo que se aplica a conflitos e disputas que buscam uma solução mutuamente aceitável, alcançados por meio da comunicação e do diálogo. A mediação se aplica a questões simples, por exemplo, em disputas judiciais envolvendo assuntos relacionados a contratos de consumo, dentro do ramo do Direito do Consumidor. Com a crescente crise econômica, tornou-se muito mais difícil cumprir as obrigações decorrentes desses tipo de consumo, como por exemplo, contratos bancários, planos de saúde, telefonia, entre outros. E essas questões acabam indo para o judiciário, lotando os tribunais e fazendo com que processos mais complexos, que exigem uma intervenção mais cuidadosa do juiz, sofram atraso na sua análise. No campo da matemática, a Teoria dos Jogos é uma abordagem que tem sido convenientemente aplicada em situações de cooperação entre indivíduos, ao mesmo tempo em que analisa diversas possibilidades, combinações e escolhas das partes participantes em busca de uma solução satisfatória. A aplicação da teoria dos Jogos permeia aspectos econômicos, políticos e até mesmo setores culturais e outras situações em que as partes tenham diferentes estratégias, mas cada uma visa maximizar seus ganhos, levando a possíveis conflitos. No campo da Computação, a área conhecida como Sistemas Multiagentes (MAS), busca modelar sistemas compostos de múltiplos agentes, capazes de realizar ações de forma autônoma, além de interagir e engajar-se entre si (para cooperação, coordenação e negociação). Assim, diante da situação exposta, essa pesquisa propõe desenvolver um modelo com um conjunto de agentes que não substituem os mediadores ou as partes, mas recomendam a todos os envolvidos uma solução para o conflito. Foi desenvolvido um modelo multi-agente para simular mediação e, para o agente que realizará a mediação, foi desenvolvido um raciocinador com base em aprendizado de máquina, utilizando como base de dados processos julgados referentes a contratos de consumo
Muitas empresas não investem na priorização de requisitos (PR) por ser uma tarefa pouco motivadora, que engloba aspectos de complexidade, volatilidade dos requisitos e dificuldade em manter o envolvimento dos stakeholders. [Problema] Neste trabalho, busca-se diminuir o negligenciamento da PR, através de uma abordagem que integre elementos visuais de priorização, de forma a auxiliar e motivar as equipes no processo de planejamento e execução da priorização. [Objetivo] A abordagem proposta, chamada Visual-PR, integra modelos e ferramentas voltados para a PR, indo dos early aos late requirements, além de usar elementos de gamificação durante o seu processo. [Metodologia] A pesquisa incluiu as etapas de: i) Estudo e Planejamento ii) Desenvolvimento da Abordagem iii) Execução do Estudo de Caso iv) Análise dos Resultados. A abordagem proposta, o Visual-PR, integra aspectos das linguagens de modelagem visual i*p, o piStar-Visualization e o PRIUS. As duas primeiras têm o objetivo de dar suporte a aspectos relacionados à PR ainda na fase de goals, através de uma extensão do modelo i*, permitindo usufruir de um conjunto rico de relações e de elementos visuais.Especificamente, o piStar-Visualization dá apoio à análise do impacto da PR, com base em uma visualização de cores, tamanhos e ícones. Já a proposta do PRIUS reforça a experiência, dando continuidade ao processo PR a nível de estórias de usuário. Os conceitos de gamificação permeiam todo o processo. O Estudo de Caso realizado usou um problema real - o projeto da Plataforma PE-Colabora - tendo sido aplicado inicialmente com estudantes e em seguida com stakeholders reais do projeto; seguiu-se um protocolo previamente estabelecido, onde constaram as principais etapas para a correta coleta e análise dos dados. [Resultados] A abordagem demonstrou ser útil no processo de priorização, com o que se relaciona ao maior suporte e motivação à PR. Porém, observa-se que mais estudos são, ainda, necessários neste contexto.
Um dos fatores de inserção de novas tecnologias dentro da indústria são as pesquisas-desenvolvimento (P&D) desenvolvidas pelas colaborações entre a indústria e a academia (do inglês, Industry-Academia Collaboration - IAC) dentro de organizações de desenvolvimento de software. Essas práticas colaborativas entre esses ambientes potencializam as trocas de conhecimentos e experiências favorecendo ambas as comunidades envolvidas. Um dos principais processos aplicados dentro do desenvolvimento de software são as metodologias ágeis que apresentam práticas de baixo esforço e redução nas taxas de falhas no desenvolvimento de software. No entanto, a aplicação de projetos colaborativos entre a indústria e academia ainda são considerados baixos, resultando em uma lacuna acerca dos processos de desenvolvimento desse tipo de projeto. Nesse sentido, essa pesquisa possui como objetivo analisar como estão sendo conduzidos os estudos em projetos colaborativos de IAC, relacionados a desenvolvimento ágil de software. De início, conduziu-se uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) com Snowballing que possibilitou compreender como estão sendo conduzidos projetos colaborativos com a temática de Desenvolvimento Ágil de Software, descrevendo as práticas, os desafios e os modelos colaborativos dessas colaborações. Na sequência, foram utilizadas essas informações para organizar e estruturar o domínio, a partir da construção de uma ontologia, através das quais os colaboradores possam realizar tarefas de raciocínio para inferir um conjunto de práticas a serem introduzidas em um projeto específico de acordo com os desafios identificados. Como resultados, foram descritas 10 categorias de desafios e 14 categorias de boas práticas para o desenvolvimento de projetos colaborativos, além de descrever 7 modelos de colaboração. Conclui-se que as práticas observadas nas análises possibilitam a potencialização dos projetos colaborativos, além de dispor uma ontologia que infere conhecimento sobre as práticas e desafios, e que apresentam aptidões para expansividade.